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Trainees, Faculdades E Mitos
MAURO RIBEIRO Consultor da Avanti Consultores e Sócio Diretor da Talent & Management Development
Sempre ouvi das áreas de recrutamento e seleção e em muitos anúncios de empregos, uma solicitação interessante no momento de um processo de contratação: procurar candidatos oriundos de faculdades de primeira linha.
Confesso que pensava que este "rótulo" era elitista e até discriminatório, afinal, quais oportunidades teriam os estudantes, que por motivos vários, não puderam entrar em faculdades incluídas nesta categoria?
Perguntei a seis recrutadores quais seriam as universidades consideradas "especiais" e a resposta foi de que, no Estado de São Paulo, USP, FGV, UNICAMP, ITA, UNESP, Mauá e PUC são dignas representantes desta seleta categoria. Com exceção da FGV, Mauá e PUC,
as demais são universidades públicas e, portanto, deveriam ser utilizadas por cidadãos sem o devido poder aquisitivo para pagar uma universidade, o que infelizmente não é o que acontece, pois o corpo discente destas instituições é formado pela elite social do
país.
Com o advento do "provão" e a publicação dos resultados das avaliações, foi possível entender porque estas universidades são assim chamadas, já que os resultados têm demonstrado um melhor preparo dos alunos que nelas se formam. Porém também demonstraram que
cursos de outras universidades também têm apresentado ótimos resultados. Através da análise da publicação dos resultados das avaliações entre 1996 e 2001 pelo INEP - Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais (www.inep.gov.br) pode-se confirmar que
estudantes de melhor preparo técnico são oriundos de várias instituições, e não só das ditas "especiais".
Sugiro aos profissionais das áreas de Recrutamento e Seleção que, antes de rotular esta ou aquela faculdade, façam uma completa revisão dos resultados das avaliações do Provão, pois tenho certeza de que surgirão algumas surpresas. Por exemplo, nos cursos de
Psicologia, Pedagogia, Economia, Matemática, Jornalismo e Letras, será muito comum encontrar resultados das ditas "segunda linha" melhores do que as elites.
Também haverá surpresas em relação aos cursos de Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica que podem ser, e são, muito mal avaliados em reconhecidas universidades "top de linha"; o inverso também é verdadeiro.
Outro ponto a ser verificado é a deterioração dos resultados das avaliações em muitas instituições no decorrer dos anos. Muitas faculdades têm mostrado resultados decrescentes em suas avaliações, principalmente entre as instituições privadas. Talvez estes
resultados sejam fruto da errônea política educacional governamental. Desde o ensino fundamental, os alunos são promovidos para séries superiores sem um sistema de avaliação, chegando ao final dos oito anos sem a menor condição de serem alçados para o ensino
médio, mas, devido ao sistema atual, são considerados aptos para freqüentá-lo. Pesquisa recente publicada pela revista Veja mostrou que o estudante brasileiro com idade ao redor de 15 anos foi classificado como o último entre 39 países com a capacidade de
interpretação de textos. Com o mesmo efeito do Provão, o MEC instituiu o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, cujos resultados também estão disponíveis no site do INEP.
Fica claro que o nível de avaliação dos conhecimentos dos jovens que saem do terceiro ano do ensino médio está decrescendo. Por conseqüência, quando estes buscam os vestibulares estão menos preparados. Talvez devido a este fato, as universidades, ao aplicar
seus exames vestibulares, têm que baixar o nível ou, como muitas faculdades privadas têm feito, fazem várias seleçõ
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