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O que está acontecendo com a metodologia experiencial (Outdoor Training) no Brasil
THOMAZ BRANDOLIN Idealizador e Sócio Diretor da Avanti Consultores
Você está doente e precisa passar por um médico.
Quem você prefere que lhe atenda: um médico competente, com sólida formação acadêmica, que está constantemente se aprimorando, ou um assistente "esforçado" que já presenciou várias consultas?
É o que está acontecendo com o treinamento experiencial - ou Outdoor Training - no Brasil.
"Rapeleiros", instrutores de alpinismo, empresas especializadas em montagem de travessias em cabos aéreos (tirolesa), monitores de lazer, agências de ecoturismo, "Rambos" em geral, entre outros curiosos, que até ontem eram apenas prestadores de serviços -
contratados eventualmente para dar apoio em treinamentos vivenciais - de tanto "assistirem" a eventos desse tipo estão se colocando no mercado, sem o menor critério, competência e, pior, pudor, como consultores (sic) em Team Building. Isso mesmo!
Consultores!
Geralmente são jovens de 20 e poucos anos - mas também alguns marmanjos - sem qualquer embasamento teórico, sem didática, muitas vezes sem sequer formação acadêmica, sem a mínima noção do que se trata a metodologia da educação experiencial, que nunca
trabalharam numa grande empresa, que desconhecem os processos de uma organização e, claro, sem experiência de vida.
Pois esses aventureiros - que denominação podemos dar a esses "paraquedistas" no mercado? - estão batendo na porta de profissionais de RH, tentando convence-los a colocar seus executivos a caminhar e pular junto ao topo de árvores suspensos por cordas, entre
outras situações de "adrenalina".
Não dão nenhuma conceituação teórica (conhecimento custa caro!), e, se existe alguma "amarração" no fim dos trabalhos, é feita de maneira precária e amadora. E a única preocupação com segurança - quando existe - é com a segurança física dos participantes
(será que a corda agüenta?). Raramente se dá alguma atenção à segurança emocional, psicológica e até mesmo espiritual daqueles que ficam traumatizados com a experiência ou, por algum motivo, se recusam a participar. Pior. Eles não têm o menor
compromisso em trazer algum resultado efetivo para quem os contrata.
Assim, atividades que vinham sendo utilizadas por algumas consultorias de renome - com o maior cuidado e critério, no final de um longo processo de aprendizado, dentro de programa estruturado de treinamento, e aperfeiçoado durante décadas - apenas como uma
ferramenta para trabalhar determinados conceitos, viraram a atração principal, quando não a exclusiva.
Uma poderosa metodologia de desenvolvimento de pessoas está sendo banalizada, transformando-se num mero entretenimento integrativo (em substituição ao futebol e ao churrasco?) ou ecoturismo.
Nada contra algumas dessas atividades. Pelo contrário, muitas delas são válidas se aplicadas dentro de uma metodologia estruturada. O problema é como elas estão sendo aplicadas e por quem.
Mas os participantes gostam, afirmam alguns. Todos se lembram da experiência, dizem outros. Claro, quem não gosta de, em plena sexta feira, trocar o estresse de uma agenda cheia de compromissos, relatórios e chatas reuniões de paletó e gravata, por um parque
de diversões junto à natureza, respirando um ar puro e relaxante, vestindo apenas shorts e camiseta? Quem esquece a sensação de ver seu(sua) chefe, ou subordinado(a) morrer de medo em alguma situação mais tensa?
Mas o que as pessoas aprendem de fato? O que muda no seu dia-a-dia? O que a empresa contratante - que está pagando pela atividade - ganha com isso?
As
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